Toquem os surdos, vibrem os faróis, afinem os violões, abracem os cavaquinhos. Façam chorar as cuícas. Queremos alegria. Nós somos da harmonia, inventores de belezas, coloridos por dentro e por fora.
Para sobreviver às dificuldades, tivemos que aprender a viver com arte.
Deu nisso.
Viramos uma gente arteira.
Nosso povo gosta tanto de arte que até dá para desconfiar que é a arte que gosta do nosso povo. Pois, visto que manifestação artística por aqui é o que não falta, será que a arte se manifesta na gente ou é a gente que se manifesta através dela?
Tanto faz, talvez.
O fato é que haja Prosa, Poesia, Pintura, Teatro, Música, Dança, e haja festa, de tudo que é forma, em tudo que é canto.
Para a gente, até quando o assunto é problema, arte pode ser a solução.
Sucata pode ser escultura. Roda pode ser dança. Retalho pode virar moda. O que sai da boca do povo logo vira poesia. Caixa de fósforo pode ser pandeiro. Pandeiro pode ser instrumento de trabalho. trabalho pode ser diversão. E nós lá temos culpa de ter esse coração brasileiro que batuca?
Fonte: Agenda/2008 da Caixa Econômica Federal